sábado, 1 de outubro de 2011

O peso que a gente leva..

Olho ao meu redor e descubro que as coisas que quero levar não podem ser levadas. Excedem aos tamanhos permitidos. Já imaginou chegar ao aeroporto carregando o colchão para ser despachado?


As perguntas são muitas... E se eu tiver vontade de ouvir aquela música? E o filme que costumo ver de vez em quando, como se fosse a primeira vez?


Desisto. Jogo o que posso no espaço delimitado para minha partida e vou. Vez em quando me recordo de alguma coisa esquecida, ou então, inevitavelmente concluo que mais da metade do que levei não me serviu pra nada.


É nessa hora que descubro que partir é experiência inevitável de sofrer ausências. E nisso mora o encanto da viagem. Viajar é descobrir o mundo que não temos. É o tempo de sofrer a ausência que nos ajuda a mensurar o valor do mundo que nos pertence.


E então descobrimos o motivo que levou o poeta cantar: “Bom é partir. Bom mesmo é poder voltar!” Ele tinha razão. A partida nos abre os olhos para o que deixamos. A distância nos permite mensurar os espaços deixados. Por isso, partidas e chegadas são instrumentos que nos indicam quem somos, o que amamos e o que é essencial para que a gente continue sendo. Ao ver o mundo que não é meu, eu me reencontro com desejo de amar ainda mais o meu território. É conseqüência natural que faz o coração querer voltar ao ponto inicial, ao lugar onde tudo começou.


É como se a voz identificasse a raiz do grito, o elemento primeiro.


Vida e viagens seguem as mesmas regras. Os excessos nos pesam e nos retiram a vontade de viver. Por isso é tão necessário partir. Sair na direção das realidades que nos ausentam. Lugares e pessoas que não pertencem ao contexto de nossas lamúrias... Hospitais, asilos, internatos...


Ver o sofrimento de perto, tocar na ferida que não dói na nossa carne, mas que de alguma maneira pode nos humanizar.


Andar na direção do outro é também fazer uma viagem. Mas não leve muita coisa. Não tenha medo das ausências que sentirá. Ao adentrar o território alheio, quem sabe assim os seus olhos se abram para enxergar de um jeito novo o território que é seu. Não leve os seus pesos. Eles não lhe permitirão encontrar o outro. Viaje leve, leve, bem leve. Mas se leve.

O ipê à beira da estrada.

Não quero perder a capacidade de admirar as belezas do mundo. O ipê florido à beira da estrada é um imperativo que reconheço bíblico. Nele há uma fala de Deus me pedindo calma. A sacralidade da vida ganhou voz em estruturas singelas, e solicita que eu me proste.


É santo o que os meus olhos enxergam. A cor amarela encontra moldura no azul dos contornos do céu. Ao longe, o verde completa o quadro. Paira sobre a cena um mistério raro, como se houvesse uma névoa a me recordar que a raridade da beleza é uma epfania divina.


O meu desejo é deixar de seguir o caminho que me leva ao meu destino. Impossibilitado da parada, ouso diminuir a marcha. Quero a cena dentro de mim. Ouso rezar a Deus que me permita registrar na memória a beleza que não posso aprisionar.


Olho para os que passam. A velocidade dos carros não permite que os seus ocupantes vejam o que vejo. Eles estão privados da mística que só pode ser compreendida quando os passos perdem a pressa. Estão ocupados demais com suas urgências práticas. É preciso chegar. Há muitas iniciativas a serem tomadas e o tempo não pode ser perdido.


Enquanto isso, o ipê se ocupa de sua florada amarela. Cumpre no tempo a proeza de ser um sentido oculto e deslumbrante para os distraídos que o percebem.


Nele há uma pequena parte da beleza do mundo que tive a graça de descobrir. E só por isso diminuí o ritmo da minha vida.


Olhei com calma para sua beleza e nele percebi o sorriso do Criador. Sorriso de Pai, que vez em quando, faz questão que seus filhos diminuam suas velocidades para uma breve brincadeira redentora.


Eu aceitei. Brinquei com Ele. Fiquei mais feliz!

Os girassóis e nós.

Eles são submissos. Mas não há sofrimento nesta submissão. A sabedoria vegetal os conduz a uma forma de seguimento surpreendente. Fidelidade incondicional que os determina no mundo, mas sem escravizá-los.


A lógica é simples. Não há conflito naquele que está no lugar certo, fazendo o que deveria. É regra da vida que não passa pela força do argumento, nem tampouco no aprendizado dos livros. É força natural que conduz o caule, ordenando e determinando que a rosa realize o giro, toda vez que mudar a direção do Regente.


Estão mergulhados numa forma de saber milenar, regra que a criação fez questão de deixar na memória da espécie. Eles não podem sobreviver sem a força que os ilumina. Por isso, estão entregues aos intermitentes e místicos movimentos de procura. Eles giram e querem o sol. Eles são girassóis.


Deles me aproximo. Penso no meu destino de ser humano. Penso no quanto eu também sou necessitado de voltar-me para uma força regente, absoluta, determinante. Preciso de Deus. Se para Ele não me volto corro o risco de me desprender de minha possibilidade de ser feliz. É Nele que meu sentido está todo contido. Ele resguarda o infinito de tudo o que ainda posso ser. Descubro maravilhado. Mas no finito que me envolve posso descobrir o desafio de antecipar no tempo, o que Nele já está realizado.


Então intuo. Deus me dá aos poucos, em partes, dia a dia, em fragmentos.


Eu Dele me recebo, assim como o girassol se recebe do sol, porque não pode sobreviver sem sua luz. A flor condensa, ainda que de forma limitada, porque é criatura, o todo de sua natureza que o sol potencializa.


O mesmo é comigo. O mesmo é com você. Deus é nosso sol, e nós não poderíamos chegar a ser quem somos, em essência, se Nele não colocarmos a direção dos nossos olhos.


Cada vez que o nosso olhar se desvia de sua regência, incorremos no risco de fazer ser o nosso sol, o que na verdade não passa de luz artificial.


Substituição desastrosa que chamamos de idolatria. Uma força humana colocada no lugar de Deus.


A vida é o lugar da Revelação divina. É na força da história que descobrimos os rastros do Sagrado. Não há nenhum problema em descobrir nas realidades humanas algumas escadarias que possam nos ajudar a chegar ao céu. Mas não podemos pensar que a escadaria é o lugar definitivo de nossa busca. Parar os nossos olhos no humano que nos fala sobre Deus é o mesmo que distribuir fragmentos de pólvora pelos cômodos de nossa morada. Um risco que não podemos correr.


Tudo o que é humano é frágil, temporário, limitado. Não é ele que pode nos salvar. Ele é apenas um condutor. É depois dele que podemos encontrar o que verdadeiramente importa. Ele, o fundamento de tudo o que nos faz ser o que somos. Ele, o Criador de toda realidade. Deus trino, onipotente, fonte de toda luz.


Sejamos como os girassóis...


Uma coisa é certa. Nós estamos todos num mesmo campo. Há em cada um de nós uma essência que nos orienta para o verdadeiro lugar que precisamos chegar, mas nem sempre realizamos o movimento da procura pela luz.


Sejamos afeitos a este movimento místico, natural. Não prenda os seus olhos no oposto de sua felicidade. Não queira o engano dos artifícios que insistem em distrair a nossa percepção. Não podemos substituir o essencial pelo acidental. É a nossa realização que está em jogo.


Girassol só pode ser feliz se para o Sol estiver orientado. É por isso que eles não perdem tempo com as sombras.


Eles já sabem, mas nós precisamos aprender.

Uma Questão de Escolha

O coração anda no compasso que pode. Amores não sabem esperar o dia amanhecer. O exemplo é simples. O filho que chora tem a certeza de que a mãe velará seu sono. A vida é pequena, mas tão grande nestes espaços que aos cuidados pertencem. Joelhos esfolados são representações das dores do mundo. A mãe sabe disso. O filho, não. Aprenderá mais tarde, quando pela força do tempo que nos leva, ele precisará cuidar dos joelhos dos seus pequenos. O ciclo da história nos direciona para que não nos percamos das funções. São as regras da vida. E o melhor é obedecê-las. Tenho pensado muito no valor dos pequenos gestos e suas repercussões. Não há mágica que possa nos salvar do absurdo. O jeito é descobrir esta migalha de vida que sob as realidades insiste em permanecer. São exercícios simples... Retire a poeira de um móvel e o mundo ficará mais limpo por causa de você. É sensato pensar assim. Destrua o poder de uma calúnia, vedando a boca que tem ânsia de dizer o que a cabeça ainda não sabe, e alguém deixará de sofrer por causa de seu silêncio. Nestas estradas de tantos rostos desconhecidos é sempre bom que deixemos um espaço reservado para a calma. Preconceitos são filhos de nossos olhares apressados. O melhor é ir devagar. Que cada um cuide do que vê. Que cada um cuide do que diz. A razão é simples: o Reino de Deus pode começar ou terminar, na palavra que que escolhemos dizer. É simples...

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Sem fome de pão

Foi num dia qualquer, de um verão tropical, na cidade de Angra. Lugar paradisíaco que muitos estamos acostumados a ver estampados nas revistas e na televisão.

O garoto aproximou-se da casa bonita, colocou o rostinho entre as grades do portão alto e forte, e ficou olhando.

A dona da casa, senhora distinta, regava o jardim. Fazia a tarefa devagar, como quem distribui com as gota d'água um tanto de carinho.

O menino dos seus 9 anos, segurando com ambas as mãos as grades, de um lado e outro do rosto magro, pediu: "hei dona, tem pão velho"?

Ela se voltou surpresa. Fechou o esguicho d'água. Desde a sua infância, aquele tipo de situação a incomodava. Da adolescência trazia uma mensagem dentro de si de que, quando alguém pedia pão velho, na verdade estava dizendo: "me dá o pão que era meu e ficou na susa casa e você esqueceu de comer, porque tem muitas outras coisas deliciosas para saborear".

Ela caminhou até o portão e perguntou:

- "Onde você mora?"

Ele falou o bairro, bem distante.

- "Mas é muito longe", disse a senhora.

- "Pois é. Eu sei que é longe, mas eu tenho que pedir as coisas para comer".

- "Você está na escola?"

- "Não", disse ele. "Minha mãe não pode comprar material".

Agora, ela já estava tão próxima dele que quase o podia tocar. Ele tinha um rostinho tão delicado. Pena que estivesse um tanto sujo.

Pensou nos próprios filhos, tão bem cuidados, penteados, roupas limpas, calçados brilhantes e lancheiras cheias para ir para escola.

O rostinho miúdo parecia só ter olhos. Espertos. Inteligentes e sofridos.

"Seu pai mora com vocês?" Arriscou a dama.

"Ele sumiu", respondeu com voz triste.

O papo prosseguiu. Ela até esqueceu dos jardim e das flores. Ali estava uma flor muito mais importante e mais necessitada de água, adubo, terra fofinha.

Finalmente, ela se recordou da fome do menino e fazendo um gesto de quem se dirigia para dentro a fim de buscar alguma coisa, exclamou: "espere um pouco. Vou buscar o pão. Não tenho pão velho. Serve novo?"

"Não precisa não senhora. A senhora já conversou comigo. Tchau".

E desapareceu ladeira abaixo.

A resposta caiu como um raio no coração da mulher. Teve a sensação de ter absorvido toda a solidão e falta de amor daquela criança.

Um menino de 9 anos, já sem sonhos, sem brinquedos, sem comida, sem escola e tão necessitado de um papo, de uma conversa amiga.

Naquele dia a senhora aprendeu um novo significado para o pedido de pão velho.

Significa dizer: "convcerse comigo, dê-me a alegria de ser amado."

Por isso ela continua dando pão novo, fresquinho, com doce, manteiga, queijo e salaminho. Mas antes de tudo, ela compartilha o pão das pequenas conversas, um pão que nunca fica velho,porque é fabricado no coração de quem acredita Naquele que disse um dia: "Eu sou o Pão da Vida".


***


O pão mata a fome do corpo. A palavra nutre o coração entristecido.

Enriquecido, por esse tesouro, a palavra que vibra, sonora, em teus lábios estende esperança em volta, donde te encontras.

Distribui calor humano a quem se faz carente e alimenta essas vidas em desfalecimento , como quem rega um jardim em ardente dia de sol.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

O que dirige a sua vida?

O que dirige a sua vida?

Todas as pessoas têm a sua via dirigida por alguma coisa, uns podem estar sendo guiados por pressão ou por um prazo limitado. Outros por uma lembrança dolorosa, uma crença inconsciente. Existem centenas de circunstâncias que podem definir sua vida. Segundo Rick Warren, escritor do livro "Uma vida com propósitos", existem quatro mais comuns:

Raiva: eles se apegam as mágoas, sem jamais superá-las. Em vez de aliviarem sua dor através do perdão, estão continuamente revivendo o fato em sua mente. Algumas pessoas dirigidas pela raiva "se fecham" e interiorizam sua raiva, enquanto outras "explodem sobre os outros". A raiva sempre machuca mais a você, do que a pessoa que trouxe tal indignação. Para seu próprio bem, aprenda com o passado e então se afaste dele.

Medo: seus temores são provavelmente o resultado de experiências traumáticas, expectativas ilusórias, do crescimento em um lar extremamente severo ou mesmo de predisposição genética. Independentemente do que tenha causado tal situação, pessoas dirigidas pelo medo com frequência perdem grandes oportunidades por uma coisa básica: o medo de correr riscos.

Materialismo: seu desejo de adquirir se torna o único objetivo de sua vida. É um grande mito o que as pessoas dizem:"ter mais me tornará mais feliz, mas importante e mais protegido". Riquezas podem ser perdidas em um piscar de olhos, em virtude de uma enorme quantidade de fatores incontroláveis. A verdadeira proteção só pode ser achada naquilo que nunca poderão tomar de você.

Aprovação: eles permitem que as expectativas dos pais, esposas, filhos, professores ou amigos controlem sua vida. Muitos adultos ainda tentam ganhar a provação dos pais que nunca estão satisfeitos. Outros são dirigidos pela pressão social, sempre preocupados com o que os outros podem pensar.

Seguramente não conheço todas as chaves para o sucesso, mas a chave para o fracasso é tentar agradar a todas as pessoas.

Então nós precisamos saber que:

1. Temos muito a desaprender: muitas pessoas vão ao psicólogo com uma problema pessoal que levou anos para se desenvolver e dizem: "Preciso que você dê um jeito em mim. Tenho uma hora". Ingenuamente esperam uma solução rápida para uma dificuldade enraizada há anos. Como a maioria de nossos problemas e todos os nossos hábitos ruins não se desenvolvem da noite para o dia.

2. Aprendemos lentamente: é comum termos de aprender uma lição quarenta ou cinquenta vezes para realmente captá-la. O problema se repete periodicamente, e pensamos "De novo, não! Eu já apendi isso!", mas esquecemos muito depressa as lições aprendidas e retornamos aos velhos padrões de comportamento. Por isso, precisamos de explicações por repetidas vezes.

3. Crescer é doloroso: não há crescimento se mudanças, não existem mudanças sem medo ou perdas e não há perdas sem dor. Toda mudança envolve perda de algum tipo.Você deve se livrar dos velhos hábitos para experimentar os novos. Tememos essas perdas, mesmo que nossos antigos costumes estejam fadados ao fracasso, pois como um par de sapatos usados, eram ao menos confortáveis e conhecidos.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Ainda que...

Ainda que...


Ainda que não escreva livros...

és o autor de tua vida.


Ainda que não sejas Miguelangelo...

podes fazer da tua vida uma obra-prima.


Ainda que cantes desafinado...

tua existência pode ser um alinda canção, que qualquer afamado compositor invejaria.


Ainda que não entendas de música...

tua vida pode ser uma magnífica sinfonia que os Clássicos respeitariam.


Ainda que não tenhas estudado numa escola de Comunicação...

tua vida pode transformar-se numa reportagem modelo.


Ainda que não tenhas grande cultura...

Podes cultivar a sabedoria da caridade.


Ainda que teu trabalho seja humilde...

podes converter teu dia em oração.


Ainda que tenhas quarenta, cinquenta, sessenta ou setenta anos...

podes er jovem de espírito.


Ainda que as rugas já marquem teu rosto...

vale mais tua beleza interior.


Ainda que teus pés sangrem nos tropeços e pedras do caminho...

teu rosto pode sorrir.


Ainda que tuas mãos conservem as cicatrizes dos problemas e das incompreensões...

teus lábios podem agradecer.


Ainda que as lágrimas amargas recorram teu rosto...

tens um coração para amar.


Ainda que não o compreendas...

no céu tens reservado um lugar...

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Carroça

Certa manhã, meu pai me convidou a dar um passeio no bosque e eu aceitei com prazer.

Ele se deteve numa clareira de depois de um pequeno silêncio me perguntou:


- Além do cantar dos pássaros, você está ouvidno mais laguma coisa?

Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:


- Estou ouvindo um barulho de carroça.


- Isso mesmo, disse meu pai. É uma carroça vazia...

Perguntei ao meu pai:


- Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?


- Ora, respondeu meu pai. É muito fácil saber que uma carroça está vazia, por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça maior é o barulho que faz.


Tornei-me adulto, é até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, inoportuna, interrompendo a conversa de todo mundo, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo:


Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz...

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Saudades

Eu tenho saudades de tudo que marcou a minha vida

Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,

Quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,

Eu sinto saudades...


Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,

De pessoas com quem não mais falei, ou cruzei...

Sinto saudades da minha infância,

Do meu primeiro amor, do meu segundo, do meu terceiro,

Do penúltimo, e daqueles que ainda vou vir a ter,

Se Deus quiser...


Sinto saudades do presente, que não aproveitei de todo,

Lembrando do passado e apostando no futuro...

Sinto saudades do futuro, que se idealizado,

Provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser,


Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei,

De quem disse que viria e nem apareceu;

De quem apareceu correndo, sem tempo de me conhecer direito,

De quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.


Sinto saudades dos que se foram

E de quem não me despedi direito,

Daqueles que não tiveram como me dizer Adeus;

De gente que passou na calçada contrária da minha vida

E que só enxerguei de vislumbre;

De coisas que eu tive e de outras que não tive, mas quis muito ter;

De coisas que nem sei como existiram, mas que se soubesse,

De certo gostaria de experimentar,


Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que,

Não sei onde,

Para resgatar alguma coisa que nem sei o que é

E nem onde perdi...


Vejo o mundo girando e penso que poderia estar

Sebtindo saudades em japonês

Em russo, em italiano, em inglês,

Mas que minha saudade,

Por eu ter nascido brasileira,

Só fala português embora, láno fundo, possa ser poliglota.


Aliás, dizem que se costuma usar sempre a língua pátria,

Espontaneamente, quando estamos desesperados,

Para contar dinheiro, fazer amor e declarar sentimentos fortes,

Seja lá em que lugar do mundo estejamos.

Eu acredito que um simples "I miss you",

Ou seja, lá como possamos traduzir saudade

Em outra língua, nunca terá a mesma força

E significado da nossa palavrinha.


Talvez não exprima, corretamente,

A imensa falta que sentimos de coisas ou pessoas queridas.


E é por isso que eu tenho mais saudades...

Porque encontrei uma palavra para usar

Todas as vezes que sinto este aperto no peito,

Meio nostálgico, meio gostoso,

Mas que funciona melhor do que um sinal vital

Quando se quer falar de vida e de sentimentos.


Ela é a prova inequívoca de que somos sensíveis,

De que amamos do que tivemos e lamentamos as coisas boas

Que perdemos ao longo da nossa existência...


Sentir saudade é sinal de que se está vivo!






sexta-feira, 15 de abril de 2011

Felicidade





"Esteja certo de que a Felicidade de sua vida não pode vir de fora.

Você só poderá encontrar a felicidade quando souber fazê-la nascer de dentro de seu coração, quando aprender a ajudar a todos indistintamente, com suas ações, suas palavras e seus pensamentos".